segunda-feira, 29 de junho de 2009

ZIRIGUIDRUM DE JULHO !!!



Profissão ou não?!

A regulamentação da profissão de disc-jockey é alvo de discussão e divide as opiniões dos profissionais da área.

“São Paulo, 22 de dezembro de 2007.

Projeto de Lei do Senado Federal Nº 740, de 2007.

Art. 1º O exercícios das profissões de DJ (disc-Jockeys), Produtor DJ (Produtor Disc-Jockey) e profissional de cabine de Som DJ (Disc –Jockey) é regulamentado pela presente lei.

Art. 2º Para efeitos desta lei, é considerado:

I – Dj (disc-jockey) ou Profissional de cabine de som DJ (disc-jockey) é aquele que cria seleções de obras fixadas e de fenogramas, impressos ou não, Organizando e dispondo seu conteúdo, executando essas seleções e divulgando-as ao público, através de aparelhos eletromecânicos, eletrônicos, ou outro meio de reprodução.

II – Produtor DJ (disc-jockey), o profissional que manipula obras fonográficas impressas ou não, recriando versões, remixando, fazendo montagens, mixagens, cria obra inédita, originária ou derivada.”. (Senador Romeu Tuma)

Mesmo depois de se consagrarem como estrelas da música, atuarem como compositores e agitarem as noites em casas noturnas, os DJ e Produtores Musicais ainda não constituem uma categoria pofissional perante a lei brasileira.

Atendendo às reivindicações do SIDECS (Sindicato dos DJs e profissionais da cabine de som), o Senador Romeu Tuma apresentou, em dezembro de 2007, o projeto de lei que prevê a regulamentação da profissão de Disc-Jockey. A proposta foi encaminhada às comissões de Educação, Cultura e Esporte.

Ainda tramitando no senado, o PL gera polêmica. Os principais motivos de discórdia dizem respeito à obrigatoriedade de registro junto Ministério do Trabalho e à exigência de diploma de curso profissionalizante reconhecido pelo MEC ou pelo sindicato da categoria.

“Talento é suficiente. Não precisa de diploma pra provar que o cara é bom, é profissional. Se começarem a impor muitas barreiras nos contratos, nenhum DJ será contratado”, alerta o DJ Anderson Noise, que atua na cena há mais de 10 anos.

O presidente do SIDECS, Antonio Carlos, discorda: “A lei não visa só à qualificação dos novos profissionais que serão inclusos no mercado, mas sim à inclusão deles em leis trabalhistas”. Segundo o sindicalista, a falta do reconhecimento legal deixa o profissional da área completamente desprotegido: “Nós não temos direito a seguro-desemprego, fundo de garantia, aposentadoria e nem mesmo à retirada de um empréstimo, pois o DJ não tem como comprovar sua renda”.

É por isso que, mesmo com seus pontos polêmicos, o PL agrada muita gente, que considera “essencial” algum tipo de regulamentação.

E, de qualquer forma, ainda dá tempo de fazer os ajustes necessários: o PL atualmente está parado no Congresso, e nem sequer passou por todas as comissões de análise.


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mês passado...

O Dj Alemão Jay Rome foi o convidado especial da Ziriguidrum do mês de junho. A festa, promovida em parceria com o projeto Liquid, aconteceu no club Audio Delicatessen – Vila Madalena, no dia 05/06, e reuniu toda a cena drum’n’bass paulistana.

Aos 31 anos, Jay Rome nasceu na Alemanha, tornou-se produtor musical e hoje é proprietário do selo Blu Shapir Recordings. Além de estar entre os grandes nomes do Drum’n’Bass europeu, já dividiu as pick-ups com renomados DJs, como Marcus Intalex, Bryan G, Kabuki, Wildchild, Nicki Blackmarket, Fresh, Kaleb & Contour, Kenny Ken, entre outros.

Na festa, Rome arrasou com seu set versátil, que fez a pista fervilhar. Destaque para Soul Patrol, a track mais aplaudida pelo público!

A noite começou com os DJs do Twist Project, seguidos pelos residentes Thiago Un e Slim, que cederam a cabine e os holofotes ao convidado Jay Rome. Para encerrar a noite, Maloca Dub deu um show nos toca-discos.

A próxima festa acontece em julho. Fique atento e confira as novidades no blog da Ziriguidrum!

Próxima edição "dia dos namorados"...


Entrevista DJ Bungle

DJ Bungle é um dos nomes mais requisitados do drum´n´bass. Paulistano da zona norte, André Sobota, 26, sobressaiu em meio a muitos outros e ganhou projeção mundial. Ele está na cena há apenas seis anos: quietinho, fez seu trabalho de maneira discreta, despretensiosa. Entregava um demo aqui, firmava um contrato ali e não perda a chance de trocar experiências e de aprender.

Hoje, tem conhecimento de sobra: esteve em grandes eventos musicais do Brasil - Skol Beats, Spirit of London, Festival de Verão de Salvador – e em turnês internacionais, que incluem estadias na Inglaterra, Áustria, Japão, França, Estônia, Alemanha, Rússia, Eslovênia, Bélgica, Argentina...

Abaixo, o “new kid on the block” (novo garoto do pedaço, como foi chamado pelo site Drum’n Bass Arena – http://www.breakbeat.co.uk – maior veículo voltado ao Dnb em todo o mundo) revela um pouco da sua trajetória.

Ziriguidrum news: Quais suas influências musicais?

Bungle: Jazz, Rock Progressivo e música eletrônica de qualidade.

Ziriguidrum news: Quando e como você conheceu o Dnb?

Bungle: Foi em 2001, pelo primeiro CD do DJ Patife e a primeira festa que fui no Lov.e Club com DJ Marky. Eu ouvia bastante a faixa “Get Back”, de XRS Land. Essa música é louca. (risos)

Z: Por que DJ Bungle?

B: Eu curtia uma banda de rock chamada Mr. Bungle, aí tinha que escolher um nome artístico e não conseguia pensar em nada. Percebi que Bungle poderia ser uma abreviação de ‘Brazilian Jungle’, e ficou.

Z: Quem eram os seus ídolos nessa área?

B: Os produtores Cuase 4 Concern, Fierce, Break e Burial.

Z: Você tinha uma banda de rock. Como foi deixar a banda para começar a produzir música eletrônica?

B: Foi difícil, e ainda sinto falta. Mas eu percebi que era sensato me expressar numa linguagem mais atual para começar minha carreira. Como não dá pra negar as raízes, coloco uns solinhos de guitarra em grande parte das músicas que produzo.

Z: Onde aprendeu as técnicas de produção?

B: Sozinho, em casa. Sempre fui muito focado e tenho facilidade para aprender. Eu me tranquei no quarto e só sai de lá quando já estava produzindo. Depois, fui aprimorando o som, e as coisas começaram a rolar.

Z: Como você fez para conseguir entrar e se destacar em um meio tão concorrido?

B: Eu comecei a conhecer os DJs, a mandar minhas músicas, e gravei um disco por um selo meio desconhecido, que nem deu repercussão, mas foi um passo a mais. Tudo estourou mesmo quando eu fiz 25th floor. O Marky ouviu e pirou na música. Aí ele começou a tocar na Lov.e, na Terremoto (programa do Dj Marky na 97 FM, aos sábados, das 18h30 às 20h), e todo mundo amou. Quando me dei conta, a música já estava fazendo sucesso lá fora e eu consegui gravá-la pela Innerground, a única gravadora de Dnb brasileira, que é do Marky. Depois disso, comecei a ser convidado para tocar também, o que me permitiu fugir um pouco de ser só produtor e me ajudou a ganhar mercado como DJ.

Z: E que tal essa sensação de ver seu trabalho reconhecido?

B: É uma sensação muito boa, principalmente porque o reconhecimento é pelo trabalho diferente e personalizado que realizo. Eu faço as músicas conforme os meus sentimentos, e não apenas para agradar o público e “bombar” a pista. Minhas músicas são bonitas, elas soam diferente.

Z: Sua vida mudou completamente graças à música. Quais foram suas maiores conquistas pessoais em decorrência da sua escolha?

B: A maior conquista, sem dúvida, é subir em uma cabine do outro lado do mundo, diante de milhares de pessoas que eu nunca vi antes, e ter a oportunidade de dividir com elas todos os sentimentos acumulados, todos os sonhos que guardei durante anos. É muito bom poder ser quem eu quero ser, empregar o meu tempo em algo que faça a diferença para quem me escuta, e não somente para mim. Isso dá sentido à minha vida.

Z: Existe diferença entre a cena nacional e internacional?

B: Muita. Lá fora as pessoas são mais frias, mas elas respiram música. Você não é visto simplesmente como um DJ, mas como um cara que está tocando e trazendo felicidade para a vida dos seus ouvintes. Uma coisa que me surpreendeu bastante, também, foi o alto consumo de drogas pelo pessoal de fora.