quarta-feira, 15 de julho de 2009

Drum’n’bass – Passando a limpo!

Algumas pessoas optam pelo estilo eletrônico por preferência pessoal. Outras, por questões profissionais, sociais ou culturais de grupo. E, em momentos de grave crise econômica, como o que o mundo atravessou recentemente, a questão custo X benefício ganha um peso significativo.

A cultura Junglist (termo abrasileirado pouco conhecido, usado pelos envolvidos no movimento) constitui uma nova vertente cultural: jovem e diferente, ela estabelece determinada relação com a cultura urbana. No entanto, a aceitação desse movimento está atrelada a premissas que, até então, se baseiam em fatos empíricos e carentes de cientificidade.

Diferenciado de outras vertentes da música eletrônica em virtude de suas batidas rápidas, acima de 160 BPMs (batidas por minuto), pela variedade de ritmos que se fundem (como pode ser percebido nas produções de DJs nacionais em conjunto com cantores e artistas de bossa nova), e também, pela possibilidade de representar vários contextos culturais, como o hip-hop e o ragga, o Drum and bass está “camuflado” na nossa cultura. Porém, se prestarmos atenção, será possível identificá-lo, bem como a outros estilos eletrônicos, nas trilhas sonoras de comerciais, documentários e programas de TV.

O objetivo deste trabalho é colocar em evidência um estilo musical que, mais do que uma forma de expressão artística, é o símbolo de uma forma de ver e sentir o mundo. O Drum’n’bass é o ritmo que acompanha um enredo da vida real, com seus valores, anseios, dinâmica socioeconômica, concepções político-ideológicas e influências culturais. Buscamos, portanto, retratar a essência do movimento e os principais fatores que contribuíram para seu nascimento.

O termo “Drum and Bass” (formas contraídas: drum’n’bass, D&B, DnB ou simplesmente d’n’b) vem do inglês e significa “bateria e baixo”. Trata-se, portanto, de uma referência à característica mais marcante das produções desse ritmo, em que os principais elementos são batidas: em algumas, de bateria acústica; e, em outras, do som forte e grave do baixo.

O “Drum and Bass” é um estilo de música eletrônica que originou se a partir de diversos outros estilos, entre eles: Hip-Hop, Ragga, Jazz, Reggae e Jungle. Destacou-se na cultura mundial no começo dos anos 90 e foi universalizado pela Inglaterra, onde o hardcore e o breakbeat, que estão nas raízes da vertente D&B, estavam disseminados nas periferias, ou “guetos londrinos”.

Como evolução do Hip Hop, com batidas quebradas, o hardcore breakbeat, após receber influências do Ragga e do Dub, ambos ritmos jamaicanos, denominou-se Jungle. Em virtude dessas influências, há quem situe as verdadeiras origens do DnB na Jamaica.

A hipótese mais conhecida para o aparecimento do nome Jungle é a referência ao gueto, às zonas habitadas por minorias segregadas. O jungle era, sob esse ponto de vista, música da periferia. Interpretado por muita gente como “preconceituoso”, o termo causou problemas, e há hipótese de que essa tenha sido a razão pela qual adotou a nomenclatura drum and bass. Também deve-se considerar a hipótese de que, com as festas de jungle, o uso de crack e cocaína aumentava, com consequências violentas que “sujaram” o nome jungle – e, daí, a necessidade de mudá-lo.

Entretanto, o Drum and bass deve ser entendido como uma evolução cultural e sonora do jungle, com a essência deste mesclada a ritmos latinos.

Próxima edição Grooveria & Cassimira:



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